Trabalhadores de diversos setores expressaram suas opiniões sobre o projeto de lei que propõe isentar do Imposto de Renda (IR) aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. A discussão ocorreu durante uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
O projeto, já aprovado na Câmara dos Deputados, busca compensar a perda de receita resultante da isenção, estabelecendo um patamar mínimo de imposto para contribuintes com rendimento tributável acima de R$ 600 mil anuais. Estima-se que a alíquota de 10% sobre esses rendimentos possa atingir cerca de 141,4 mil pessoas físicas de alta renda, que atualmente recolhem, em média, 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais.
O texto prevê uma redução gradual do imposto para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais, sem alterações para quem recebe acima desse valor.
Participantes da audiência defenderam a medida como uma questão de justiça social e correção histórica. Um comerciário argumentou que o sistema tributário brasileiro deveria taxar o “luxo” em vez de bens essenciais, enquanto um trabalhador do setor de serviços destacou a oportunidade de corrigir uma tabela defasada que onera desproporcionalmente os trabalhadores.
Um bancário relatou que a isenção representaria um impacto significativo em seu orçamento anual, equivalente a aproximadamente R$ 2,5 mil, valor que considera essencial para cobrir despesas básicas. Uma gerente de posto de combustíveis, com salário médio de R$ 3,8 mil, calculou um retorno de cerca de R$ 200 mensais, o que considera um “14º salário” que aumentaria seu poder de compra.
Outros trabalhadores defenderam a justiça tributária, com contribuições proporcionais à capacidade de cada um, e criticaram as isenções fiscais concedidas a grandes empresas. A redução da jornada de trabalho também foi defendida como forma de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Um representante do setor químico apelou à mobilização social para garantir a aprovação da medida.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br