Os Correios implementaram um plano de reestruturação que inclui um novo programa de demissão voluntária e o fechamento de mil agências consideradas deficitárias. A estatal também pretende vender imóveis, com expectativa de arrecadar R$ 1,5 bilhão.
O plano visa obter um empréstimo de até R$ 20 bilhões até o final de novembro, buscando reduzir o déficit, reequilibrar as finanças até 2026 e gerar lucro em 2027. As ações foram aprovadas visando garantir a continuidade, eficiência e qualidade dos serviços postais.
Segundo os Correios, o plano foi elaborado após análises da situação financeira e do modelo de negócio atual, com o objetivo de retomar o equilíbrio financeiro em um período de 12 meses. A empresa justifica que, diante da queda de receitas e aumento de custos operacionais, a reestruturação foi dividida em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento.
Além do programa de demissão voluntária e da redução de agências, o plano inclui a redução de custos com o plano de saúde dos empregados, modernização da infraestrutura tecnológica e do modelo operacional. A empresa também busca expansão no e-commerce e parcerias estratégicas, além da possibilidade de fusões, aquisições e outras reorganizações societárias.
O novo modelo de negócio visa reforçar a universalização dos serviços postais, mesmo em localidades remotas. A expectativa é que, com as medidas adotadas, o déficit seja reduzido ao longo do próximo ano, e a lucratividade seja retomada em 2027.
Após fechar 2024 com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, a empresa já havia anunciado um pacote de medidas, incluindo outro programa de demissão voluntária, redução de jornada de trabalho em unidades administrativas, suspensão de férias e fim do trabalho remoto. O último PDV teve a adesão de aproximadamente 3,5 mil empregados, gerando uma economia anual de cerca de R$ 750 milhões.
Os Correios estão presentes em todos os municípios brasileiros, além do Distrito Federal e Fernando de Noronha, contando com mais de 10 mil agências, 8 mil unidades operacionais, 23 mil veículos e 80 mil empregados diretos. Entre os serviços prestados, destacam-se a entrega de livros didáticos, distribuição das provas do ENEM, entrega de urnas eletrônicas em locais de difícil acesso e distribuição de mantimentos em situações de emergência.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br