Um estudo recente revela o uso generalizado de Inteligência Artificial (IA) por alunos e professores do ensino médio em escolas públicas e privadas de São Paulo e Pernambuco. A pesquisa, realizada entre junho e agosto de 2025, aponta para uma adoção ampla e diversificada da IA, abrangendo desde auxílio em tarefas escolares até suporte emocional, sem a devida orientação ou regulamentação.
A pesquisa indica que 70% dos alunos do ensino médio (aproximadamente 5,2 milhões de estudantes) e 58% dos professores utilizam ferramentas de IA generativa em atividades escolares. Tanto alunos quanto professores estão utilizando a IA para preparar aulas e atividades pedagógicas, mas sem supervisão ou regramento pelas escolas ou outras instituições. Ambos os grupos expressam desejo por informações sobre como utilizar a IA de forma ética, segura e sem riscos.
Alunos manifestam receios de que o uso excessivo da IA possa levar à dependência, à perda de criatividade e à dificuldade de aprendizado, além de temerem perder sua identidade. Professores, por sua vez, mostram preocupação com o impacto da IA na capacidade de aprendizado dos alunos, notando piora na redação e na linguagem.
O estudo também aponta para desigualdades no acesso à infraestrutura digital entre alunos de escolas públicas e privadas, o que pode aprofundar as disparidades no uso da IA. Alunos de escolas privadas têm maior acesso a equipamentos como computadores, o que facilita o uso mais proveitoso das ferramentas de IA.
A pesquisa sugere a necessidade de políticas públicas e regulamentação para orientar o uso da IA na educação, incluindo a capacitação de professores e alunos. Além disso, enfatiza a importância do letramento digital para que a população compreenda o funcionamento da IA, seus riscos e potenciais benefícios, e a necessidade de desenvolver um pensamento crítico para evitar a reprodução de erros e vieses.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br