A Dívida Pública Federal (DPF) registrou um aumento significativo em outubro, impulsionada principalmente pela emissão de títulos indexados aos juros. Dados divulgados indicam que a DPF saltou de R$ 8,122 trilhões em setembro para R$ 8,253 trilhões no mês seguinte, representando um crescimento de 1,62%.
Em agosto, a dívida já havia ultrapassado a marca de R$ 8 trilhões. As estimativas indicam que o estoque da DPF deve encerrar o ano entre R$ 8,5 trilhões e R$ 8,8 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), composta por títulos, também apresentou elevação, passando de R$ 7,82 trilhões para R$ 7,948 trilhões. Esse aumento reflete a emissão líquida de títulos pelo Tesouro, que superou os resgates em R$ 41,38 bilhões, somada à apropriação de R$ 85,23 bilhões em juros. A apropriação de juros, um mecanismo pelo qual o governo reconhece e incorpora a correção dos juros aos títulos da dívida, exerce pressão sobre o endividamento, especialmente com a Taxa Selic em um patamar elevado.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) também teve um leve acréscimo, passando de R$ 301,53 bilhões para R$ 305,06 bilhões, influenciada pela valorização do dólar no período.
Após um recuo em setembro, o colchão da dívida pública, uma reserva financeira utilizada em momentos de crise, voltou a crescer, atingindo R$ 1,048 trilhão. Esse valor é suficiente para cobrir 8,81 meses de vencimentos da dívida, com R$ 1,434 trilhão em títulos federais com vencimento nos próximos 12 meses.
A composição da DPF apresentou variações, com aumento na participação de títulos indexados à Selic e redução nos títulos prefixados. O prazo médio da DPF, que indica o tempo médio para refinanciar a dívida, teve uma ligeira queda, passando de 4,16 para 4,14 anos.
Os principais detentores da Dívida Pública Federal interna são instituições financeiras, fundos de pensão e fundos de investimentos. A participação de investidores estrangeiros também registrou um leve aumento.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br