O espetáculo “Eu Rio Que Transborda” coloca no centro do palco o protagonismo negro e aborda diversas violências que atingem a população negra em todo o país. O público terá a oportunidade de adentrar a realidade, as dificuldades e os desafios que assolam essas pessoas na sociedade — e como a pluralidade da cultura afro-brasileira, com seus ritmos, músicas, danças e espiritualidade, se apresentam como válvulas de respiro em meio a tantas lutas.

A dramaturgia tem como ponto de partida a dualidade e o contraditório tão presentes na constituição humana e, em diversos momentos, convoca o público a mover-se em comum-unidade e comunidade, pois a base da filosofia africana e afro-brasileira é o trabalho coletivo — e é preciso a troca com o outro para a manutenção do axé.
Inédito, o espetáculo é o primeiro resultado de um trabalho que tem como núcleo de pesquisa o mergulho nas possibilidades de caminhos de investigação para as artes negras no Vale do Aço, em Minas Gerais e no Brasil, reconhecendo a espiritualidade afro-brasileira como parte importante de nossa cultura.
“O antagonista deste espetáculo é o racismo estrutural, que coloca corpos pretos às margens da sociedade e nas bordas do mundo. Rompe a farsa do ‘homem universal’ disseminada pela branquitude e, ao mesmo tempo, propõe o movimento Sankofa, adentrando o tempo espiralar e reconhecendo a fé como pilar da cultura afro-brasileira. O que se vê em cena não é religião — o religare — é cultura”, afirma Matí Lima, que assina a dramaturgia, direção e atuação.
O trabalho conta com supervisão artística de Gustavo Nascimento e Aléxia Dias; consultoria em capoeira de B-boy Luizin; percussão ao vivo de WR MC e Jackson Patrick; beats de DJ Amorim; operação de luz de Talikinho; e produção executiva de Lucciano Whyte.
O espetáculo será apresentado sexta-feira e sábado, às 20h; e domingo, às 19h, no ECOAR Ponto de Cultura, localizado na Avenida José Anatólio Barbosa, 1052 C, bairro Limoeiro, em Ipatinga. A entrada é franca, e 50 senhas serão distribuídas 1h antes do início do espetáculo. A classificação indicativa é para maiores de 12 anos.
O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura (Minc), e operacionalizado pela Prefeitura Municipal de Ipatinga, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (SEMCEI) — Termo de Execução 149/2025.