Em um dia marcado por forte volatilidade, o dólar americano atingiu a marca de R$ 5,50, superando o patamar que não alcançava desde o início de agosto. O mercado de ações também sentiu o impacto, com a bolsa de valores registrando o segundo dia consecutivo de queda e acumulando um recuo de quase 4% neste mês.
O dólar comercial fechou o dia cotado a R$ 5,503, refletindo uma alta diária de R$ 0,128, equivalente a 2,38%. Apesar de ter iniciado o dia em baixa, com a cotação chegando a R$ 5,36, a moeda americana rapidamente reverteu a tendência. O pico do dia foi registrado pouco após as 14h, quando atingiu R$ 5,51.
O nível atual do dólar é o mais alto desde 5 de agosto. Na semana, a divisa acumulou uma alta de 3,13%, e no mês, a valorização já chega a 3,39%. Apesar da recente escalada, o dólar ainda acumula queda de 10,95% em 2025.
O índice Ibovespa, da B3, encerrou o dia em 140.680 pontos, com uma retração de 0,73%. O indicador, que atingiu o menor patamar desde 3 de setembro, contabiliza uma perda de 2,44% na semana e de 3,8% no mês.
A combinação de tensões comerciais crescentes entre os Estados Unidos e a China, juntamente com o aumento das preocupações sobre a situação fiscal do Brasil, exerceu pressão sobre o real, que apresentou o pior desempenho entre as moedas de países emergentes.
No cenário internacional, as tensões se acentuaram após declarações do governo dos Estados Unidos sobre o aumento de tarifas sobre produtos chineses, em resposta à decisão da China de ampliar os controles de exportação sobre terras raras, um componente essencial para a indústria de tecnologia. Os preços do petróleo também sofreram um recuo, atingindo o menor nível em cinco meses.
As bolsas de valores dos Estados Unidos também registraram quedas acentuadas. Diante do aumento da incerteza, investidores buscaram refúgio em ativos considerados mais seguros, como o ouro e os títulos do Tesouro americano.
No Brasil, a instabilidade externa se somou a novas apreensões sobre as contas públicas para o ano seguinte. A derrubada de uma medida provisória que visava aumentar a tributação de investimentos gerou um impacto negativo estimado em R$ 17 bilhões nas contas do governo para o próximo ano, período em que o país realizará eleições. O governo deverá discutir alternativas para compensar a perda de receita na próxima semana.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br