Um estudo recente revelou uma queda significativa no uso da internet por crianças e adolescentes nas escolas. A pesquisa, divulgada em São Paulo, aponta que a proporção de jovens entre 9 e 17 anos que acessam a internet nas instituições de ensino diminuiu de 51% para 37% em um ano.
A coordenadora da pesquisa sugere que a lei que restringe o uso de celulares nas escolas, aprovada no início do ano, pode ser uma das razões para a queda. Ela também levanta a hipótese de que o debate político centrado na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital pode estar influenciando o comportamento dos jovens.
O estudo também indica que o número de crianças e adolescentes com acesso à internet se manteve relativamente estável, com 92% da faixa etária entre 9 e 17 anos utilizando a rede. Isso representa aproximadamente 24,6 milhões de pessoas. No entanto, a pesquisa aponta mudanças nas formas de uso, como a diminuição do acesso à internet nas escolas e a queda no uso de redes sociais para as faixas etárias mais jovens, retornando a níveis anteriores à pandemia.
O celular continua sendo o principal dispositivo de acesso à internet para essa população, utilizado por 96% dos entrevistados, seguido pela televisão, com 74%. A maioria dos jovens acessa a internet de suas casas, várias vezes ao dia. Nas escolas, uma parcela menor utiliza a internet com a mesma frequência.
Entre as atividades mais realizadas online, destacam-se as pesquisas escolares, pesquisas sobre temas de interesse, leitura ou vídeos com notícias e informações sobre saúde.
O estudo também revelou um aumento no número de crianças e adolescentes que nunca acessaram a internet, passando de 492.393 no ano passado para 710.343 este ano.
A pesquisa aponta que quase metade dos jovens acessa a internet para ver vídeos de influenciadores digitais. A coordenadora do estudo alerta para a importância da atenção dos pais em relação ao acesso dos filhos, defendendo a mediação ativa, com diálogo e acompanhamento das práticas online. Ela destaca que nenhuma estratégia isolada será efetiva e que o uso de recursos técnicos das plataformas deve estar alinhado à mediação ativa dos pais.
O estudo ouviu 2.370 crianças e adolescentes de todo o país, com idades entre 9 e 17 anos, e seus pais ou responsáveis, entre março e setembro deste ano.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br