A economia brasileira demonstrou um leve avanço no mês de agosto, com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrando um aumento de 0,4% em comparação com o mês anterior. Os dados, divulgados pelo Banco Central, são dessazonalizados, ou seja, ajustados para o período.
Analisando a comparação com agosto do ano anterior, observou-se uma variação positiva de 0,1%, sem ajuste sazonal, considerando a equiparação entre os meses. No acumulado do ano, o indicador revela um crescimento de 2,6%, enquanto nos últimos 12 meses, a alta foi de 3,2%.
O IBC-Br, utilizado como um termômetro da economia nacional, auxilia o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nas decisões referentes à taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 15% ao ano. O índice engloba informações sobre o desempenho de setores como indústria, comércio, serviços, agropecuária e o volume de impostos.
A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. A elevação da taxa busca conter o aquecimento da demanda, refletindo nos preços, encarecendo o crédito e incentivando a poupança. Embora contribua para a redução da inflação, juros mais altos podem dificultar a expansão econômica. Em contrapartida, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, mas com menor controle sobre a inflação.
Após uma queda em agosto, a inflação oficial apresentou alta de 0,48% em setembro, impulsionada pelo aumento da conta de luz. Em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 5,17%, superando o teto da meta, que é de 4,5%.
As incertezas do cenário econômico externo e os indicadores internos, como o IBC-Br, que sinalizam uma moderação no crescimento, influenciaram a decisão do Copom de manter os juros básicos em 15% ao ano na última reunião. A intenção do Comitê é manter a taxa Selic atual “por período bastante prolongado” para assegurar o cumprimento da meta de inflação.
Embora divulgado mensalmente, o IBC-Br utiliza uma metodologia diferente da empregada para medir o Produto Interno Bruto (PIB). O índice contribui para a formulação da estratégia da política monetária do país, mas não é uma prévia exata do PIB. No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 0,4%, impulsionada pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, representando o quarto ano consecutivo de crescimento e a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br