Batalha de Poesias Agita Escolas Públicas do Rio com Projeto Inovador

© Juliana Neris/Divulgação

Uma escola na zona oeste do Rio de Janeiro se prepara para receber o projeto “Poéticas na Escola – Slam”, que visa introduzir alunos do ensino fundamental ao universo da poesia falada e performática. A partir desta quarta-feira, a Escola Municipal Ginásio Emilinha Borba, localizada em Santa Cruz, será palco de dez oficinas que explorarão o “slam”, uma forma de expressão poética caracterizada por sua natureza crítica e social, recitada sem o uso de música ou figurino.

As aulas, destinadas a estudantes de 12 a 14 anos, se estenderão até meados de novembro. O projeto já percorreu 13 escolas na capital e região metropolitana, impactando mais de 2.770 jovens, com o objetivo de fomentar a apreciação literária e o desenvolvimento da expressão poética entre os alunos.

A iniciativa é liderada pela organização Alkebulan Arte & Cultura, com o apoio de instituições públicas como o Ministério da Cultura e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

Felipe Calarco, coordenador do projeto, destaca o impacto positivo da experiência no interesse dos estudantes pela leitura. Segundo ele, muitos jovens que antes eram tímidos ganham confiança para se expressar, tanto oralmente quanto por escrito. A poesia também se revela como um meio para lidar com sentimentos e elaborar experiências pessoais. Relatos de alunos demonstram um maior interesse pela leitura, busca por referências e a produção espontânea de textos, mesmo fora das atividades do projeto.

Apesar dos benefícios evidentes, Calarco aponta para a carência de recursos financeiros que permitam uma melhor estruturação do “Poéticas na Escola”, além da dificuldade de integrar o projeto ao currículo escolar já existente. Na Escola Emilinha Borba, as oficinas acontecerão em horários alternativos às aulas regulares.

O conceito de batalhas de poesia em escolas teve origem em Chicago, EUA, nos anos 1980, e encontrou forte adesão no Brasil, especialmente entre jovens de periferias, como ferramenta de expressão e resistência. O país possui um circuito nacional de competições de slam.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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