Mesmo com recorde na Black Friday, varejo brasileiro registra retração em novembro

O varejo brasileiro encerrou novembro com queda real de 1,7% nas vendas, segundo dados do Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA). Apesar do faturamento ter crescido 2,1% no período, a inflação neutralizou o desempenho das lojas e impediu que a alta nominal se convertesse em avanço real.

A Black Friday impulsionou o movimento, mas não foi suficiente para compensar a desaceleração que já vinha sendo observada há seis meses consecutivos. De acordo com o levantamento, o resultado negativo é reflexo do encarecimento dos produtos e da perda de fôlego de diversos segmentos do comércio.

E-commerce sustenta o setor

O comércio eletrônico foi o principal destaque do mês, com alta nominal de 7,4%. Já as lojas físicas tiveram avanço tímido de 0,5%. O calendário de novembro também influenciou o desempenho, já que o mês teve um domingo extra e uma sexta-feira a menos — dia considerado essencial para o varejo físico.

Setores em queda

O macrossetor de Serviços recuou 2,8%, pressionado por Turismo, Transporte e Bares e Restaurantes.
Entre os segmentos do varejo, o pior resultado veio de Bens Duráveis e Semiduráveis, com queda de 4%. Já os Bens Não Duráveis tiveram retração leve, de 0,2%, com destaque positivo apenas para Drogarias e Farmácias.

Todas as regiões registram perdas reais

Ao descontar a inflação e ajustar o calendário, todas as regiões do país apresentaram queda:

  • Sudeste: -0,5%
  • Nordeste: -0,9%
  • Sul: -1,0%
  • Centro-Oeste: -2,5%
  • Norte: -4,3%

Quando analisado sem o efeito da inflação, todas as regiões mostram crescimento nominal, mas insuficiente para resultar em avanço real.

O cenário reforça a dificuldade do varejo em recuperar ritmo diante do aumento de preços e da redução do poder de compra das famílias.

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