Renda e Raça Afetam Conclusão do Ensino Médio, Aponta Estudo

© Antônio Cruz/Agência Brasil

Um estudo recente revelou que, embora o número de estudantes concluindo o ensino fundamental e médio no Brasil tenha aumentado nos últimos dez anos, disparidades significativas persistem em relação à renda e raça. A pesquisa analisou dados de 2015 a 2025, utilizando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.

Os resultados indicam um avanço notável no ensino fundamental, com um aumento de 74,7% para 88,6% na taxa de conclusão até os 16 anos. No ensino médio, o crescimento foi ainda mais expressivo, saltando de 54,5% para 74,3%. Fatores como melhorias no ensino e políticas pedagógicas podem ter contribuído para esse progresso.

A renda emerge como um fator determinante. A diferença na taxa de conclusão do ensino médio entre os 20% mais pobres e os 20% mais ricos diminuiu ao longo da década, mas ainda é considerável. Em 2025, a taxa entre os mais pobres era de 60,4%, enquanto entre os mais ricos alcançava 94,2%.

A raça também desempenha um papel importante. Em 2025, a taxa de conclusão para estudantes brancos e amarelos foi de 81,7%, em comparação com 69,5% para pretos, pardos e indígenas (PPI). Mesmo entre os mais pobres, a questão racial é um fator relevante.

A disparidade regional também é notável. As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores avanços na taxa de conclusão do ensino médio na década, mas ainda estão distantes das taxas observadas no Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

O estudo aponta para a necessidade de ampliar e acelerar os esforços para evitar a evasão escolar e o atraso na conclusão dos ciclos de ensino, incluindo políticas de apoio à continuidade dos estudos e o uso do ensino integral. Políticas de recomposição das aprendizagens e de redução das desigualdades socioeconômicas, raciais e regionais também são consideradas cruciais.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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